segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

A moda é história e também cultura!

A moda não é tema de intelectuais. No mesmo momento em que ela cresce e leva consigo todas as classes sociais, deixa sem ação os que têm vocação para falar do assunto devido à idéia equivocada de que a moda é sinônimo de futilidade. Os leigos vêem somente a superfície do assunto, não percebem que a moda é parte do contexto social e deve ser sim discutida, uma vez que ela é diretamente influenciada por todos os aspectos e acontecimentos sociais e históricos.


A palavra moda significa maneira, modo de se vestir. A moda como sistema teve seu início no final da Idade Média. Antes só se referia ao vestuário como indumentária, as variações eram lentas, não existia o efêmero. Eram levadas em conta questões como proteção, adorno, hierarquia e pudor. 
A questão de status surgiu com o crescimento das cidades. A expansão comercial e a burguesia emergindo trouxeram um grupo que possuía condições de adquirir a roupa que antes era usada apenas pelos nobres. Diante dessa crescente igualdade entre classes sociais os nobres irritados começaram a produzir mudanças rápidas na vestimenta, pois a roupa era (e ainda é) como um espelho que reflete seu status social. Assim surgiu o sistema da moda. 



O primeiro grande ícone de moda foi Luís XIV (o rei sol) no século XVII, devido a sua vaidade excessiva, e através dele a França tornou-se o grande cenário ditador da moda, que no começo era instituída pelos nobres, os alfaiates apenas obedeciam a seus desejos. Porém após a segunda metade do século XIX a Alta Costura surgiu através do inglês Charles Frederic Worth, A partir daí a roupa passou a ser assinada pelo seu criador e ganhou nova dignidade. Depois disso vieram o sistema prêt-à-porter, o surgimento dos grandes magazines, sempre atendendo as necessidades da sociedade de acordo com suas modificações, e assim tem sido até os dias atuais. 
Toda essa história é necessária pra enfatizar que a moda se altera conforme os acontecimentos históricos e culturais. No começo do século passado os trajes femininos eram enormes, pesados e o uso do espartilho obrigatório. Com a chegada das grandes guerras levando os homens para os campos de batalha as mulheres se viram obrigadas a trabalhar para sobreviver e os trajes tiveram que se adaptar. As guerras entristecem o mundo, mas é curioso analisar que sempre após uma grande guerra ou catástrofe surgem tendências de moda alegres, coloridas e de formas confortáveis. 
Exemplo disso são as tendências que ressurgiram após o 11 de setembro. Revisitamos várias décadas do século passado pra resgatar o romantismo, a delicadeza, a descontração de tempos passados. De lá pra cá usamos muitas batas, saias amplas, vestidos de tecidos leves, cheios de cor e descontração. E notem que isto vem acontecendo desde 2002 e tende sempre a tornar-se mais forte. Um dos prováveis motivos seja, talvez, o fato de as mulheres sentirem, mesmo que inconscientemente, que a maioria dos homens tem associado à igualdade entre os sexos ao fim do cavalheirismo e a forma gentil de nos tratar, mesmo que em pequenos detalhes. Não se abre mais a porta do carro pra nós e flores são cada vez mais raras de se receber. Este parece realmente ser o preço que estamos pagando por nossa igualdade dentro da sociedade, mas este já é outro assunto. 





Um comentário:

  1. Oi Fê! Tudo bem?
    Então, acho moda o máximo, mas sempre acho que deve ser lembrado que esta é um modo de expressão e não de repressão, não é?

    Obrigado por comentar lá no blog ^^
    beijos ;*

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